Na última semana, partilhei aqui algumas das personagens que mais gostei de encontrar em livros, séries ou filmes, e que não me importava de conhecer na vida real. Hoje, partilho o oposto: personagens reais e fictícias que, de alguma forma, me deixaram indignada.
Fanny Dashwood
Fanny Dashwood é uma das personagens do livro Sensibilidade e Bom Senso, de Jane Austen. Esta autora, que viveu entre os séculos XVIII e XIX (1775-1817), habituou os seus leitores a personagens bastante diferentes entre si e a histórias e personagens que poderiam ser vistas como críticas à sociedade da época.
No caso de Sensibilidade e Bom Senso, Fanny pertence ao grupo das críticas. Sendo o oposto da protagonista da história e sua cunhada, Elinor Dashwood, Fanny é retratada como sendo uma pessoa falsa, cínica, invejosa, arrogante e avarenta. Tanto ela como outras personagens, são apresentadas como pessoas que dão mais valor ao que parece ser do que ao que realmente é.
Dolores Umbridge
Em muitas histórias, e em especial nas de fantasia, existem os heróis e os vilões. Em Harry Potter, há uma pequenina diferença: existem, sem dúvida alguma, heróis; o vilão principal é Voldemort, a maioria das personagens tem tanto medo dele que nem o seu nome ousam pronunciar; e depois existe Dolores Umbridge que, ao lado de Voldemort, faz com que ele não pareça assim tão mau. Não se deixem enganar pelos seus sorrisos, pelas suas fatiotas cor de rosa ou pelos gatinhos que tem no seu escritório; esta mulher é o diabo em pessoa!
Desde que aparece pela primeira vez, em A Ordem da Fénix, Umbridge vai se tornando cada vez mais relevante na história, ganhando, igualmente, cada vez mais poder em Hogwarts. Na escola de magia, é conhecida pelos maus tratos e abusos que comete contra os alunos, levando a que tanto alunos como professores a desprezem.
Josef Mengele
Até ao momento de partilhar esta publicação, estive sempre na dúvida se devia ou não incluir Mengele nesta lista. Se as duas personagens anteriores foram inventadas e podem ser facilmente esquecidas, esta é uma personagem real, ou seja, existiu mesmo, e que teve um papel importante na história mundial. As ações de Mengele foram macabras e sinistras, no entanto, por vezes parece que ficaram um pouco esquecidas. Por um lado, ainda bem, mas Mengele desempenhou um papel importante durante a Segunda Guerra Mundial e o seu contributo deveria estar impresso nos livros escolares de história e, honestamente, não me lembro de ter alguma vez ouvido falar deste senhor quando andava na escola.
Os temas da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto são temas sobre os quais gosto de ler, não é segredo e acho que já o escrevi várias vezes nesta página. E em histórias sobre este período, em especial sobre os campos de concentração nazi, encontramos uma situação semelhante à anterior, em que há um vilão e uma personagem, que apesar de por vezes ficar esquecida, é tão má ou pior que o vilão propriamente dito. Neste caso, temos Hitler como pessoa malvada e desprezível por todo o sofrimento causado a milhares e milhares de pessoas inocentes (semelhante ao que o mundo vive atualmente!). Mas, depois, existe outra pessoa que consegue ser pior que o político alemão: estou a falar do Doutor Josef Mengele.
Também conhecido por “Anjo da Morte”, Mengele foi um oficial e médico que estava presente no campo de concentração de Auschwitz. Mengele foi o responsável pela perda de demasiadas vidas, em situações diferentes: escolhia quem seria enviado para as câmaras de gás e, no campo, realizava experiências médicas, em especial sobre a genética humana, tendo como cobaias favoritas, gémeos. Existem vários artigos na internet sobre as experiências que foram feitas pelo “Anjo da Morte” e cada uma é mais macabra que a anterior. Como consequência destas experiências, várias pessoas, em especial crianças, perderam a vida: algumas por não aguentarem o sofrimento a que estavam sujeitas, outras por deixarem de ter utilidade, aos olhos de Mengele.